quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Governador do Amapá, aliado de Sarney, queria embolsar US$ 10 milhões, diz PF
Da Folha.com
O governador do Amapá e candidato à reeleição, Pedro Paulo Dias (PP), pretendia ficar com pelo menos US$ 10 milhões que uma empresa doaria para sua campanha. A informação, obtida pela Polícia Federal em 2009, consta do inquérito da Operação Mãos Limpas.
Dias e mais 17 pessoas foram presas temporariamente na sexta suspeitas de vários crimes, entre eles corrupção.
O dinheiro que o governador Dias negociava viria do grupo Salim, da Indonésia, que tem a intenção de investir no Brasil, segundo a PF.
Em novembro do ano passado, quando ainda era secretário de Saúde e vice-governador, Dias foi para o país asiático e de lá conversou com uma de suas assessoras, Lívia Gato de Mello. Ele revelou que a intenção era conseguir US$ 30 milhões para sua campanha deste ano.
Nas conversas com a assessora, Dias diz que o valor seria baixo para o grupo que pretende adquirir terras no Brasil para negócios na área de alimentação. No diálogo, Dias diz que gastaria US$ 20 milhões em sua campanha, revelando a intenção de ficar com o restante.
A Folha ligou para a advogada do governador, Patrícia Aguiar, que não respondeu.
PRISÃO
O ministro do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha determinou ontem que Dias continue preso na sede da PF, em Brasília, onde está desde sexta-feira.
Além dele, foram mantidas as prisões do ex-governador Waldez Goes (PDT) e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Julio de Miranda, do secretário de Segurança Pública, Aldo Alves Ferreira, da mulher do ex-governador, Marília Goes, e do empresário Alexandre Albuquerque.
O ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), já havia negado a revogação da prisão feito pelos advogados de Goes.
A PF encontrou ontem CDs escondidos durante blitz na secretaria de estadual Planejamento, um dos alvos da operação policial.
IMPEACHMENT
O presidente da Assembleia Legislativa do Amapá e candidato ao governo estadual, Jorge Amanajás (PSDB), encaminhará a uma comissão especial o pedido de impeachment Dias.
Seguindo o rito comum, a comissão ouvirá preliminarmente a defesa e fará um parecer sobre o afastamento ou não de Dias, que está detido em Brasília.
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