por Saney Santos Sampaio (*)
No compasso da degradação moral dos nossos representantes, da decomposição do Senado Federal, do assédio e conseqüente influência do executivo sobre o legislativo e de um TSE que revoga a vontade de milhões de eleitores, os funcionários de carreira da Receita Federal dão, em todos nós, um tapa na cara. Mostram, ao Brasil, que não se vergaram à ocupação política das Instituições o que, notadamente, ocorreu nas estatais e autarquias, nos tribunais e em certos setores da mídia.
A renúncia em bloco dos melhores quadros existentes naquele órgão mostra ao PT e ao seu consórcio que há gente séria na estrutura do Estado. Existe, ainda, quem não se rendeu à condição de semi-deus do Presidente da República e ousa desafiá-lo afirmando que a Receita Federal está a serviço do Brasil e não de seu governo. Gente desta mesma estirpe leva às redações de jornais e TVs, blogs ou quaisquer outros veículos de comunicação o mesmo manifesto de independência e compromisso com a verdade e, sobretudo, a soberania das nossas instituições.
Em 2006 derrotou-se as duas últimas oligarquias políticas do país. Este ano será marcado pela ressurreição, em um presente de pai para filha, da mais antiga de todas. Ele marcar-se-á, também, pela consolidação do Lulismo. A caçula das oligarquias que é escorada nas mais antigas práticas coronelistas, quais sejam, a propaganda ostensiva, o aparelhamento do estado, o balcão de negócios no parlamento e, fundamentalmente, um líder carismático e popular que não compreende o significado da palavra República e os limites que ela impõe.
Neste sentido inverteu-se, hoje, o quadro de outrora. Os ditos “reacionários” de tempos passados tomaram em punho o discurso e posições dos movimentos sociais, dos intelectuais e de pseudos líderes. A imprensa moderna, os servidores alheios ao peleguismo e a classe média crítica e exigente ocuparam o vácuo da UNE, da CUT e dos sindicatos e de certos “pensadores”. À população cabe uma reação uníssona. Cabe um NÃO de caráter (sem trocadilhos) irrevogável. Esta postura não deve acontecer, como muitos acreditam, em frente às urnas. Seriedade e dever cívico não é temporal, mas uma postura perene de quem acredita e luta para que as instituições sejam nossas e não dos Renans, Sarneys, Collors e Lulas da vida.
(*) Saney Santos Sampaio, 29 anos, baiano de nascimento e maranhense de coração, foi Secretário Geral da União Nacional dos Estudantes – UNE, dirigente nacional do Partido Democrático Trabalhista – PDT, e hoje é Presidente da Associação Brasil Voluntário – BRAVO e Secretário Executivo do Fórum estadual de Juventude do Maranhão – FEJMA.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário