terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fundação José Sarney: manifesto de Alberto Franco revela deputados de ocasião


O manifesto de apoio dos parlamentares maranhenses apresentado pelo deputado Alberto Franco em defesa da permanência da Fundação José Sarney no Convento das Mercês revela a capacidade dos deputados maranhenses mudarem de opinião de acordo com o ocupante do Palácio dos Leões.

Com 26 assinaturas, o manifesto tem o apoio de deputados que em 2005, durante o governo José Reinaldo, votaram com o projeto do então deputado Aderson Lago, aprovado na Assembleia, que retirou o Convento das Mercês das mãos da FSJ, devolvendo-o ao poder público.

A época, o deputado Carlos Braide, que hoje assina o manifesto de Franco, votou pela retomada do convento, chegando mesmo a comemorar a vitória como prova de que o “grupo liderado por José Reinaldo está ao lado do povo”.

Na mesma linha votaram pela saída da fundação do Convento, e com a mudança de governo agora assinam pela permanência, os deputados Afonso Manoel, Antônio Bacelar, Paulo Neto e Stênio Rezende.

Alberto Franco estava de licença, em seu lugar a então suplente, Gardênia Castelo, votou pela devolução.

Na sessão desta terça-feira, Franco voltou a defender a aprovação do manifesto em plenário, justificando que o caso da fundação não passa de uma “campanha insidiosa” por parte de grupos interessados em prejudicar a família Sarney.

Chegou mesmo a dizer que caso o Convento fosse devolvido ao poder público, ele seria abandonado, como “vários casarões, que estão caindo no centro histórico”.
Esquece o deputado, que muitos desses “vários casarões, que estão caindo no centro histórico”, são de propriedade particular e em sua maioria de famílias tradicionais de São Luís, como os Murad, os Fecury e os Sarney.

Franco também atacou e classificou de desinformados os que dizem que a doação do convento para a Fundação José Sarney é ilegal. Mas foi a própria Justiça Federal em decisão no dia 14 de junho de 2009 que anulou a doação, a pedido do Ministério Público, com base em um decreto-lei, assinado em 1937, que impede que bens tombados pela União sejam doados a qualquer entidade de direito privado.

A FJS recorreu e o caso deve ser resolvido em Brasília, o que transforma o manifesto apenas uma expressão de desejo e oportunidade de alguns deputados se redimirem com a família Sarney, já que em 2005 votaram pela retirada da Fundação, e mais uma vez mostrar a capacidade de colocar a venta pra onde o vento sopra.

FONTE:www.jornalpequeno.com.br/blog/Raimundogarrone

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